Por Nat Valarini
Já faz um tempo que a mulher conseguiu mostrar seu valor e importância na sociedade e desfrutar de direitos semelhantes aos dos homens após saírem às ruas em movimentos feministas. De lá para cá, muitas mudanças significativas foram conquistadas, mas também muita água rolou por debaixo da ponte. Como estou falando de mudanças, muitas delas não vieram de maneira pacífica, mas foram alcançadas por meio da ‘guerra’. Falando de homem e mulher não foi assim tão diferente. Entre mortos e feridos, o que restou de tudo isso hoje? Scars baby... em alguns casos, cicatrizes difíceis de sarar.
A verdade é que as mulheres têm tanta capacidade quanto os homens para realizar atividades como: dirigir, assumir um cargo de chefia seja no emprego ou na família. Da mesma forma um homem pode, sim, cozinhar maravilhosamente bem, cuidar dos filhos e realizar outras tarefas tidas como estritamente femininas. A mulher de hoje quer, e com razão, ganhar salários equivalentes aos dos homens, mas nós meninas também podemos dividir a conta do restaurante, porque não?
Acho que o principal motivo das brigas entre os sexos vão além de gênero, postura e cultura. Entra na disputa de interesses muito orgulho e egoísmo. Após décadas de repressão, algumas garotas preferem não agir de determinado modo para não se tornarem vassalas e os rapazes preferem seguir à risca a forma como a sociedade ensina que um homem deve se portar para não ferir sua masculinidade. Meu caro guri, você não vai ter o pênis amputado por ajudar sua mãe a limpar a casa. E você guria, não estará transformando-se em escrava por cozinhar para o seu esposo, namorado ou mancebo.
Para algumas colegas fêmeas, é um absurdo você dizer que fez o jantar ou que passou a roupa dele, que isso é ser submissa. Na boa, sou casada e faço essas coisas para o meu esposo porque o amo e posso fazê-las por opção. Ele age da mesma forma para comigo. Perdi a conta das vezes em que cheguei a casa após um dia cansativo de trabalho e tudo estava limpo, comida feita e fui recebida com carinho e, mesmo assim, ele não deixou de ser homem por isso e também não achou que ia lhe quebrar um braço se o fizesse. De qualquer modo, esta postagem não veio para tratar de afazeres domésticos, mas sim alertar sobre alguns equívocos que aconteceram ao longo do tempo.
Vejo algumas pessoas que de feministas tornaram-se femistas. Sim, versões machistas, só que para mulheres, uma distorção do movimento feminista que busca questionar o tabu da superioridade de um sexo em relação ao outro, o femismo acredita na superioridade da mulher em relação ao homem e eu não creio que isso seja verdade. Ora, não pensem que faço o estilo subordinada nem venham apedrejar o meu blog ao lerem isso, mas, eu acredito que, quando há excessos todos tendem a perder alguma coisa. Femistas? Machistas? Para mim são todos babacas. Da mesma forma que eu não gosto de ouvir um ignorante dizer que mulher só serve para pilotar fogão, um homem não se sente muito à vontade ao ser destratado, humilhado e acusado pelo simples fato de ser do sexo oposto. Claro que há casos e casos, mas eu estou falando do lado hard da história.
Quem você pensa que é ditando palavras de ordem? São ruins tanto a ‘mulher Amélia’ quanto o homem machista que criam os filhos sem noção de respeito numa perspectiva preconceituosa. Tão ruim quanto a Amélia e o machista é a mulher mulherzinha, que grita por direitos iguais faz e acontece, mas na hora de partir para a igualdade de verdade, pula fora querendo recorrer ao seu ‘lado frágil’, acho isso uma atitude burra e também, machista! Mulher machista é foda! Sim, pior do que esses três juntos sem dúvida é a pessoa hipócrita. Sei que ainda há muito preconceito e desigualdade entre os sexos, porém eu creio que não é a intolerância que vá fazer esse quadro mudar.
Se você me disser que ao ler a postagem anterior que falava sobre “Feminicídio: a problemática da violência contra a mulher” pensou que eu era femista e que agora virei a casaca, está enganado (a)! Não aprovo ‘ismos’, acho que eles não levam a nada. Sou simplesmente uma mulher centrada que sabe e gosta de ser mulher e que gosto e sei reconhecer o valor de um homem de verdade, sem tantas máscaras, apenas o ser humano, dentro de suas necessidades e limitações, onde ambos os sexos se complementam. Nós vivemos em um planeta caos que deve ser melhorado com a cooperação de todos, não estamos na ilha das guerreiras amazonas, nós precisamos dos homens e eles de nós.
Vamos sim, lutar por um mundo mais justo, mas para todos, homens e mulheres, pois se for armada uma nova guerra, eu não darei pitaco em nenhum dos lados, vou socorrer os feridos junto com a cruz vermelha.
Fala-se muito em paz e igualdade, briga-se (ao invés de reivindicar) por muito pouco.
Para saber mais:
Dedico esta postagem a todos que lutam pelos princípios básicos Liberté, Egalité, Fraternité (Liberdade, igualdade e fraternidade).
Nem femista nem machista: na guerra entre os sexos eu prefiro ficar do lado da Cruz vermelha by Nat Valarini is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 2.5 Brasil License.
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